Diálogo

Conforme Tenoch assistia as planícies queimando de longe, uma maré escura apareceu no horizonte.
Ele soprou em seu chifre de bronze e colocou seu imenso porrete de obsidiana em seu ombro.

"A crise já está se aproximando, mas mesmo assim, os líderes das tribos não param de discutir.
É melhor eu levar o meu 'Porrete do Diálogo' até lá e mediar a discussão.
Afinal de contas, eu não pertenço mais a nenhuma tribo, mas a minha fúria ainda queima."

E assim, o solitário Tenoch, com seu gigantesco porrete de obsidiana em seus ombros,
atravessou as planícies devastadas onde os dragões vagavam, um local selvagem cheio de fontes termais e lava.

O primeiro que se apresentou para receber o herói Tenoch foi a grande corredora Wanjiru e seu companheiro barulhento, Kayeke.
Sua pele escura mostrava traços de sua jornada com o herói, com suas cicatrizes profundas ainda visíveis.
Embora as brigas constantes entre as tribos fossem exaustivas, o convite de Tenoch a encheu de vigor.
Uma batalha feroz pelas terras ardentes de Natlan se aproximava. Qual motivo Wanjiru e sua tribo teriam para recusar?

O segundo a se apresentar e abraçar Tenoch foi o corajoso Menilek e seu leal companheiro Ngoubou.
"Venha, venha! Embora todas as tribos tenham te expulsado, embora ainda que estejamos sempre em desacordo...
Nos meus olhos, Tenoch é um herói entre heróis, um irmão entre irmãos!"

O terceiro a avançar em direção ao herói Tenoch foi o grande Sanhaj Kompore, junto de seu enigmático companheiro, Mahamba.
Sanhaj já havia sido persuadido pelo Porrete do Diálogo antes, e o herói concordou a lhe dar os espólios antes de concordar em juntar-se à irmandade de guerreiros.
Kompore previu o fim heroico dele e Tenoch, e como o lugar que se tornou "Mare Jivari" nasceria no futuro.
"Mas não importa! Talvez chegará o dia em que a escória famosa por ser esperta como uma víbora se tornará um herói também!"

O quarto voluntariamente se juntou ao herói Tenoch. Era o jovem Burkina e seu companheiro descuidado, Kongamato.
Burkina nunca passou por dificuldades em batalha com Tenoch, mas o porrete de obsidiana o guiou rumo à jornada perigosa.
A guerra havia deixado incontáveis cicatrizes no corpo de Tenoch, e para Burkina, elas eram a prova do caminho que ele devia caminhar...
A revolução deve ser o destino dos jovens, o destino de sangrar por justiça, ao invés de apodrecer em uma cama confortável de grama.

O quinto que teve de ser persuadido pelo herói Tenoch era o chefe das minas, Sangatta, e seu companheiro Muhuru.
"Para a estabilidade de todas as tribos e para evitar futuros conflitos, eu solicitei a sua expulsão à divindade do elemento Pyro."
"Mas você ainda não desistiu dessa luta sangrenta até hoje... talvez essa seja a batalha final de nossa geração."
"Como você está tão determinado a ir, não tenho razão para não lhe acompanhar, mas não envolva minha tribo."

O sexto a ir com o herói Tenoch era seu maior inimigo na juventude, o gigante Tupac. Nenhuma montaria poderia carregar seu gigante corpo.
Quando Tenoch carregou seu gigante porrete para a residência de Tupac para falar com ele, o encontrou contando as inúmeras cicatrizes em seu corpo deixadas por outros desafiantes.
"Mais de 300 cicatrizes, vinte ossos quebrados e mais de 100 fragmentos de obsidiana enterrados na carne como pequenas joias."
"Duzentos ferimentos menores, duas costelas quebradas, e um olho que nunca mais enxergará ao longe. Os trofeus que você me deixou também são generosos."

Os dois antigos inimigos riram e apertaram as mãos.
E assim, Tenoch encontrou os aliados que precisava das seis maiores tribos.
Brilhando como as chamas do fogo selvagem, eles caíram nas montanhas da escuridão...